Amanhã será tarde…

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Amanhã será tarde
Não quero adiar o que trago no peito
Não quero guardar a luz dos dias
Nem esconder o olhar que traduz alegrias
Quero preencher este coração pulsante
Nem que seja por um instante
Dar corda à vida que sustenta este meu jeito
Sentir que o tombar das horas é um destino perfeito.

Amanhã será tarde
Serei levada com o vento
Deixarei as palavras sem movimento
Serei abrigo para a escuridão
Num tempo que escorrega com exatidão
E cai no meu corpo que vagueia sem pensamento
Porque o hoje se perdeu deste momento
E resgatou todos os sentidos para outra dimensão.

Não quero deixar cair o olhar
Nem perder a lucidez de amar
Nesta vida que acolhi
De alguém muito especial a recebi.

Porque amanhã será tarde…

 

 

Em paz

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Se os nossos abraços
Se abraçassem
Se os nossos olhos
Se olhassem
Se as nossas mãos
Se tocassem
Se as nossas palavras
Se ouvissem
Se as armas
Se calassem
Se os povos
Se respeitassem
Se a inocência
Não se perdesse em violência
Se a verdade
Não se vestisse de desigualdade
Se a vida
Se vivesse em liberdade
Talvez o medo
Se dissipasse
E o mundo
Se amasse…

… Em paz

No silêncio da noite

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Habito no silêncio da noite, quando as pálpebras descobrem o adormecer na penumbra do anoitecer.
O sono descansa entre o repouso do corpo e a imaginação dos sonhos que atravessam a luz através da escuridão que bate na vidraça da janela.
Sinto a sombra da lua que dorme mesmo ao meu lado, no aconchego do céu estrelado.
Vagueamos no mesmo vagar e tenho fases em que o meu pensamento se perde algures no seu luar.
Guardo os aromas que colho durante o dia e aguardo o anoitecer para partilhar este respirar.
Contemplo a cumplicidade desta vivência, deixo as palavras soltas pelo céu e sinto o reluzir das estrelas que se unem para apanhar os segredos que escapam do nosso conversar.
Transporto a essência da noite para o silêncio do meu acordar…