Soa a silêncio
A chuva que embala o outono
Folha a folha vai molhando
E os dias desbotando,
Ecoa a sossego
A brisa que na pele vai caindo
E o olhar vai despindo,
Soa a agasalho
O tempo que nos faz amadurecer
A cada estação renascer.
Soa a silêncio
A chuva que embala o outono
Folha a folha vai molhando
E os dias desbotando,
Ecoa a sossego
A brisa que na pele vai caindo
E o olhar vai despindo,
Soa a agasalho
O tempo que nos faz amadurecer
A cada estação renascer.
Conheço-me
De perto
Tal como sou
Entrego-me
De coração aberto
Sei o que dou,
Habito
Dentro e fora de mim
Traço novos caminhos
Mas sei de onde vim,
Colho na madrugada
Essência que se dissolve assim
Entre o silêncio do corpo
E a inocência das palavras
Cúmplices até ao fim.
Porque sinto a tua falta
A dor não deixa de doer
O meu olhar entristece por não te ver
E o coração empobrece por não te ter.
Porque é difícil aceitar a perda
A alma sufoca revoltada
O corpo entrega-se a uma fraqueza descontrolada
Vive-se em silêncio numa vida pesada.
Habitarás sempre dentro de mim
A tua memória irá permanecer
O teu sorriso faz o meu não desaparecer
Hoje e sempre és o irmão que não irei esquecer.
…Com um sorriso…
A cada passo
Sinto a liberdade das árvores
Invadirem o espaço que é do céu,
O rasgar do vento
Que penetra em cada momento
No agitar da folhagem
Que bate forte no silêncio
Levando e trazendo a aragem
Como se fosse roubar o pensamento.
A cada passo
Piso o chão preso pelas raízes
Que sustentam a altivez do teu corpo
E o meu olhar fica a flutuar
Entre a quietude do azul do céu
E as folhas verdes que o vão enamorar,
Pela distância tudo parece sereno
As árvores continuam crescendo
E o caminho vai-se fazendo.
Passo a Passo…