Como é simples a tarde
Que repousa ao sol
E traz o silêncio do mar
Para dentro do corpo
Que se arruma
Para pousar no entardecer.
Como é simples a tarde
Que repousa ao sol
E traz o silêncio do mar
Para dentro do corpo
Que se arruma
Para pousar no entardecer.
Procuro o vagar
O soar lento do tempo
O respirar pausado
Eliminado de fadiga.
…Procuro o vagar
Para não ter de correr de mim
Nem deixar fugir a vida antes do fim.
…Procuro o tempo devagar
Para não sentir os dias cansados
E não seguir por caminhos apressados.
…Procuro devagar…
Foste beijo que amanheceu
Entre os meus lábios
Embriagados
Pelo sabor dos teus beijos
Pousados nos meus.
Pergunto-me se será o amor
Com quem o coração se embrulhou
As horas continuam a passar pelo corpo
Mas ele simplesmente desacelerou.
Será que a paixão se vestiu de amor
E por lá ficou?
Tão doce é o silêncio que traz a Primavera
No canto dos pássaros pela madrugada
São tantas as cores que brotam da terra
Que os dias nascem coloridos
Confiantes para colher vida
Neste renascer simplesmente a acontecer…
Somos Primavera!
Nem sempre há luz
Mas nem tudo é escuridão
Há sempre uma linha
A estender o tempo
A enraizar a vida
E, ainda que o silêncio
Soe a solidão,
Há sempre um gesto
Que nos faz voltar ao caminho
E nos despe a pele da desilusão.
Persegue-me este meu jeito
Que se esconde e se mostra
Sorri sem preconceito
Respeitando este meu modo de ser
Imperfeito mais que perfeito
Que segue sempre comigo
Inteiro,
Desde o amanhecer até ao entardecer.
E no espaço que sobra em mim
Escuto e escrevo silêncios
Que me saem do peito
E assim toco na vida
Inspiro a felicidade para dentro de mim
Vestida com este meu jeito
…Este meu jeito de ser, Mulher…
Comemorando-se hoje o dia Internacional da Mulher, senti vontade de voltar a partilhar este poema e aproveitar para desejar a todas as mulheres um dia feliz.
Julgava ser o dia que entardecia
Mas não,
É o meu olhar que se fecha
E deixa que a sombra se aninhe no corpo
Que de cansado esmorece
Sem entender que o dia não se ausenta
Mas sim,
Se reinventa!
Será a madrugada a inocência das noites
Ou o ventre onde habita a paixão
E alimenta o pernoitar dos desejos
Que se desnudam
Na luz clandestina
Onde o amor se prende à vida
E os corpos se libertam
Até o dia voltar a nascer.
Será a madrugada
Ou o amor simplesmente a acontecer?
Movido pela liberdade
O amanhecer rodopiou
Depressa o sol despertou
E mapeou todos os sentidos
Como se fosse um guardião do dia,
Iluminou todas as sombras
E deu voz aos olhares que se abrem
Às conversas dos pássaros
À dança das flores
Ao acenar das palavras
Ao desfolhar de pensamentos
Ao voar e pousar,
Às escolhas de cada caminhar
No dia a dia de cada acordar…