Olhares que se abrem

Movido pela liberdade

O amanhecer rodopiou

Depressa o sol despertou

E mapeou todos os sentidos

Como se fosse um guardião do dia,

Iluminou todas as sombras

E deu voz aos olhares que se abrem

Às conversas dos pássaros

À dança das flores

Ao acenar das palavras

Ao desfolhar de pensamentos

Ao voar e pousar,

Às escolhas de cada caminhar

No dia a dia de cada acordar…

… Dou-te um sorriso …

O sorriso amanheceu

Depois de se espreguiçar

Abriu a janela para o sol entrar

Sacudiu o corpo

E de braços abertos agradeceu

O silêncio que o dia lhe trouxe

E as horas que o tempo tem para lhe dar,

De olhos postos em mim

Vestiu-me o rosto

E ensinou-me a apreciar

A simplicidade de ver o dia a começar

Oferecendo um sorriso

Aos sorrisos que irei ou não encontrar…

Um Feliz Natal!

Atamos laços

Damos abraços

Somos presentes

Numa casa que se quer cheia

De sorrisos, de improvisos

De amor, de amizade

Lembramos a saudade

Como memórias de união

Herança das vivências

Que guardamos no coração.

Somos vida

A fervilhar entre vidas

Nas emoções que desembrulhamos

Nos momentos que iluminamos

Quando simplesmente estamos

E nada mais esperamos

Senão a partilha da felicidade

Sempre que seja Natal

Ou não…



Que as palavras esvoacem

E o mundo inteiro abracem

A todos Um Feliz Natal!

E assim será…

E assim será

De tarde em tarde

Viajar no teu vento

Debruçar o meu coração no teu horizonte

Sentir a brisa a rodopiar

Como se fosse ler o meu pensamento

Até entregar a nudez da minha pele

Ao teu enrolar vadio

Que me prende e desprende

Neste cair de tarde

De todas as tardes

Onde o meu olhar se embebeda

Pelo teu mar…

…Esperas…

Esperei de todas as formas que é possível esperar

Dias e dias, horas entre horas até o tempo parar

Enrolei-me nas noites frias, despida

Camuflada nas trevas

Dentro do silêncio da vida

No seio dos meus seios

Onde a tua voz pernoitava

E o nosso amor se conjugava.

Vejo todas as formas que é possível ver

À espera de saciar as esperas

Sabendo que o tempo não sobra

E não espera por mim.

Retrato do dia

Hoje o sol veio espreitar à janela

Senti a luz a entrar no meu peito

A pele tece um aconchego

Um respirar iluminado e perfeito

O corpo deixa de hibernar

E o coração parece sossegar,

Entro em movimentos alinhados

E guardo este alimento

Como se fosse um beijo

A saciar-me o olhar.

Será Saudade?

Será saudade

Quando o coração vai destapando a sombra

E mostrando que as lágrimas

Deixaram de cair

Mas que o teu espaço não deixou de existir

Tal como o rio que corre para o mar

O meu amor por ti não se deixa afundar.


Será saudade

As lembranças que vivem dentro do tempo

E que o tempo faz crescer nesta linha de vida

Mostrando que apesar de não estares aqui

Não deixamos de nos ver

Só morres quando a minha memória desaparecer.


Para ti,

Meu querido irmão.